terça-feira, 16 de novembro de 2010

DO LADO DE DENTRO...


“NOSSOS PÉS JÁ SE ENCONTRAM DENTRO DE SUAS PORTAS, Ó JERUSALÉM! (SL 122.2).

DO LADO DE FORA OU DO LADO DE DENTRO? Eis a questão! A proximidade é melhor do que a distância, mas não resolve nada. É o caso das famosas virgens insensatas da parábola de Jesus. Elas estavam à espera do Noivo, junto à porta, mas não puderam entrar, como as virgens prudentes, pois haviam sido negligentes. Então a porta se fechou e elas ficaram para sempre do lado de fora (Mt 25.1-13).

No fundo, só há duas classes de pessoas: os de fora e os de dentro (1 Co 5.12,13). Não importa se os de fora estão a mil anos-luz da porta ou se diante dela. A questão crucial é entrar. Bendito o dia em que “Noé, seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos entraram na arca, por causa das águas do dilúvio” (Gn 7.7).

É preciso entrar na “arca de Noé”, é preciso “entrar na vida”, é preciso entrar no “banquete nupcial”, é preciso entrar na “alegria do Senhor”, é preciso entrar no “Reino dos céus” (Mt 19.10; 25.10,21; 5.20), é preciso entrar no “descaso de Deus”, é preciso entrar no “Santo dos Santos”, é preciso entrar na cidade do Deus vivo” (Hb 4.5; 10.19 12.22), é preciso entrar na “nova Jerusalém” (Ap 21.12). é preciso entrar, não só planejar entrar, não só aproximar-se.

Uma das declarações mais realizadoras do salmista é quando ele diz vitoriosamente: “Nossos pés Ja se encontram dentro de tuas portas, ó Jerusalém!” (Sl 122.2). Ele já passou para o outro lado dos muros de Jerusalém. Ele já está dentro de Jerusalém! Ou como diz outra versão: “Agora aqui estamos dentro de Jerusalém”. O preço para todas essas entradas é o amor e a VERDADEIRA RENÚNCIA DE VIDA.

Shalom...

Pr. Croce

“O PÓ QUE O VENTO LEVA”


“Eu os reduzi a pó, pó que o vento leva” (Sl 18.42).
Não é a poeira das estradas, não é a poeira das eiras, nem é a poeira dos desertos, não é a poeira dos lixões, não é a poeira das fábricas, não é a poeira das usinas atômicas, não é a poeira dos vulcões, não é a poeira do espaço sideral.

No sentido mais nobre, o “pó que o vento leva” (Sl 18.42) é o que sobra do corpo humano algum tempo depois da morte somatopsíquica, quando se rompe o cordão de prata, quando se espedaça o cântaro junto à fonte e quando se quebra a roda junto ao poço. Então “o pó volta àterra, de onde veio, e o espírito volta a Deus, que o Deus” (Ec 12.6,7).

A ordem “Retornem ao pó, seres humanos (Sl 90.3) é radical, inflexível e irreversível.

O “pó que o vento leva” é também o último estágio dos grandes poderes que se deixam embriagar pelo poder e pela glória. No sonho da grandeestátua, Nabucodonozor assistiu à derrubada do império Babilônico. Viu o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro virarem pó, “como o pó da debulha do trigo eia eira durante o verão”. O mais sinistro, porém, foi à última cena: “O vento os levou sem deixar vestígio” (Dn 2.35).

O “pó que o vento leva” é o que resta da soberba física, da soberba intelectual, da soberba racial, da soberba tecnológica, da soberba científica, da soberba social, da soberba econômica, da soberba humanista, da soberba artística, da soberba filosófica, da soberba política, da soberba bélica, da soberba pornográfica, da soberba teológica. Pense nisso: “O pó que o vento leva”.

Shalom... Pr Croce.